Uma revigorante noite de sono está mais associada com a Química do que pode imaginar a maioria dos usuários de colchões. Talvez em função do hábito de fechar muito rapidamente os olhos na hora de dormir, muitos não percebam a presença da Química em cada elemento de conforto do seu quarto.
A maciez do colchão, por exemplo, é garantida por uma placa de espuma de poliuretano, revestida por um tecido de poliéster, tingido com corantes dispersos, como, por exemplo, nitroarilamina. O lençol, por sua vez, é fabricado a partir de uma reação de um monoetilenoglicol com dimetiltereftalato ou ácido tereftálico, matérias-primas do poliéster. Mesmo se o lençol for 100% algodão, suas fibras são tratadas com hidróxido de sódio para garantir resistência.
Até na intimidade do quarto, a Química está próxima de nós. Felizmente, com o cansaço do fim do dia, não precisamos nos lembrar muito dela. Mas é bom saber que a cama de madeira muito provavelmente foi revestida com laca nitrocelulósica ou poliuretânica, mais conhecida como verniz. Já a cama tubular, toda trabalhada, nada mais é do que um metal fundido, polido com ácidos abrasivos, tratada por agentes fosfatizantes e revestido com tinta à base de epoxi ou poliuretano. Dá até sono.
Mas pode dormir tranqüilo. O rádio-relógio vai despertar na hora, graças ao conjunto de semicondutores soldados com uma liga de estanho e cobre sobre uma placa de uréia-formol, produzia a partir de reações químicas. Com um único choque possível: o barulho alto.
Ao despertar e sair da cama, você pisa no carpete, uma composição de fibras de poliamida, polipropileno e outras resinas. Mas se o chão é de assoalho, polido e brilhante, ele foi tratado contra bactérias e fungos, recebendo uma fina camada de verniz melamina-formol. Para evitar piso direto nessa camada, você prefere usar o chinelo de borracha - feita de acetato de etilvinila ou de policloreto de vinila - e levantar já calçado na química, para mais um dia. Levante tranqüilo. Mesmo sem se lembrar, você estará bem acompanhado.
Texto: Luiz Carlos de Medeiros ( MTb: 12.293)
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